Os Apóstolos dos Últimos Tempos e
a Restauração

Como vimos em matéria recentemente estampada, Elias virá – em pessoa ou em espírito – para acabar com a Revolução nos Últimos Tempos e “restaurar todas as coisas.” O tempo de paz que se seguirá será uma era de unidade quando Cristo reinará novamente de modo verdadeiro na Terra em, com e por meio de sua Santa Mãe.

Para atingir esse fim, o Beato Palau profetiza, o Restaurador, ou Moisés da Lei da Graça, que formará uma ordem de Apóstolos ou missionários:

“Para fazer isso, ele [o Restaurador] fará uso de um apostolado, que terá a missão mais extraordinária que as eras já viram.” (1)

Ele continua: “Vejo uma ordem de Apóstolos descendo do Céu. Eles são os últimos Apóstolos. Eles expulsam Satanás do meio da sociedade e convertem o mundo por sua pregação.” (2)

Ele chamou esse grupo seleto de Apóstolos dos Últimos Tempos, o mesmo nome, é interessante notar, que Nossa Senhora de La Salette usou quando mostrou esse grupo seleto a Melanie: “Meus missionários serão os Apóstolos dos Últimos Tempos, pregando o Evangelho de Jesus Cristo em toda a sua pureza por toda a terra.” (3)

São Luís de Montfort também falou dessas grandes almas que se destacariam por sua devoção a Nossa Senhora: “Eles serão os verdadeiros Apóstolos dos Últimos Tempos, a quem o Senhor dos Exércitos dará eloquência e força para fazer maravilhas e levar com glória os despojos de seus inimigos...

“Estes são os grandes homens que virão. Pela vontade de Deus, Maria os moldará para estender seu governo sobre os ímpios, os idólatras e os maometanos. Mas quando e como isso acontecerá? Só Deus sabe.” (4)

Os Apóstolos dos Últimos Tempos, o Beato Palau viu, obrigariam os demônios a confessarem diante de todos qual era seu papel na Revolução. A “linhagem de Judas,” que no maior segredo vinha destruindo a Igreja por dentro, seria arrastada para a luz para execração pública:

“Ai de Judas que de dentro do Santuário entrega o Templo de Deus ao Diabo, vende as ovelhas e protege os lobos para que eles possam devorar o rebanho à vontade!” (5)

Os Apóstolos dos Últimos Tempos realizarão grandes maravilhas que selarão o fim da Revolução: “Naquele dia a terra se abrirá à voz dos profetas e o Inferno engolirá vivos os apóstolos da mentira diante dos olhos de todos… Ao seu comando, fogo descerá do Céu e, diante dos olhos de todos, os poderosos que tentarem bloquear sua missão serão reduzidos a cinzas.” (6)

A Restauração e um tempo de paz

Após o Grande Castigo, a ação do Espírito Santo renovará a Igreja e as nações, que retornarão à vida. Palau profetiza: “A sociedade moderna cairá, se dissolverá e perecerá. Cristo, que foi expulso do Estado Moderno, emergirá como um leão de sua caverna, mostrará a onipotência de seu braço e aniquilará todo o poder dos poderosos..

“No dia em que este tirano for aprisionado, e for lançado no abismo, a libertação das nações será proclamada pela voz do Arcanjo com a trombeta de Deus. … Naquele dia, a voz dos profetas abrirá a terra, e o dragão infernal arrastará os servos do Diabo para lá enquanto eles ainda estiverem vivos à vista dos povos.

“Naquele dia, os profetas enviados por Deus para a Redenção das nações com a força divina rejeitarão a força bruta do homem. O Restaurador prometido virá à sociedade já dissoluta e completamente anárquica, armado não com aço, mas com fé e zelo espiritual, um Restaurador com a missão de Moisés (restitute omnia) à frente de uma ordem de Apóstolos que a Providência preparou para a hora final.” (7)

Todas as pessoas, incluindo os judeus e os muçulmanos, serão convertidas durante este castigo:

“O espírito do Espírito Santo soprará sobre as nações e elas se levantarão como uma mulher saudável e vigorosa. O pecado do deicídio terá sido expiado e o império muçulmano terá sido aniquilado. …

“A Palestina com todas as suas tribos retornará a Deus. O sinal desta regeneração social será a Santa Cruz no topo do Gólgota. Desta colina o Deus-Homem governará sobre as nações e seus reis.” (8)

Deus acorrentará Satanás, que perturba a Terra, e o trancará nas profundezas do Inferno. Então, uma vez que o Anticristo for derrotado,” a Igreja terá um tempo de paz quando todas as nações e todos os seus reis A servirão e A reconhecerão como a Rainha e Mãe de todos os vivos.”

Conforme previsto em Fátima, Quito e La Salette, Palau vê os Últimos Tempos, que precederão o Fim do Mundo, como um tempo em que a Igreja brilhará com um novo brilho: “Eremitérios serão reconstruídos. Mosteiros de homens se erguerão novamente.” E mais uma vez como antes, “a humanidade apaziguará a ira de Deus com a oração e a penitência dos desertos.” (9)

Será uma paz “que não será perturbada até o fim do mundo.” Essa paz será o Reino de Maria predito por São Luís de Montfort e confirmado por Nossa Senhora em sua promessa em Fátima: “No final, meu Imaculado Coração triunfará.”

Esse tempo pode ser longo ou curto, ele supôs. “Mas quando os homens se esquecerem de Deus novamente, serão surpreendidos pelo Juiz Supremo dos vivos e dos mortos,” (9) Este, então, será o Fim do Mundo e o Juízo Final, que encerrará definitivamente todas as eras da terra.

A morte do Eremita

Em fevereiro de 1872, a ajuda do Pe. Palau foi solicitada pelas Irmãs que ele havia fundado no hospital que operavam em Peralta de Calasanz, em Huesca. Depois que a crise passou, ele partiu para retornar a Barcelona, mas adoeceu na estrada.

Em 10 de março de 1872, ele foi levado para Tarragona, a última de suas fundações, onde a doença evoluiu para pneumonia.

“Meu Deus, Vós mudastes minha sorte,” ele exclamou quando se convenceu de que sua doença era mortal. Ele sempre sonhou com o martírio nas mãos das turbas revolucionárias de Barcelona, mas, em vez disso, a morte se aproximou pacificamente na quietude amorosa de um dos muitos centros de caridade que ele havia estabelecido.

Quando viu os rostos tristes e chorosos de suas filhas, ele disse a elas para não ficarem tristes.

“Mas se o Sr. nos deixar, padre, quem será nosso diretor?,” perguntou o superior da casa.

“Vós tendes a Virgem do Carmo, que é vossa mãe,” ele respondeu. “Vá até Ela. Ela será vosso refúgio.” (12)

Ele morreu aos 60 anos de idade, beijando fervorosamente as imagens de Jesus, Maria e José que ele tinha ao seu lado. Sua agonia foi doce, sem contorções ou sinais de sofrimento. Com um rosto composto, ele entregou seu espírito ao Senhor na manhã de 20 de março de 1872.

Foi enterrado com o hábito carmelita. A fama de sua santidade se propagou rapidamente e milagres foram relatados. O Processo Diocesano para sua beatificação foi aberto em 20 de março de 1951. A permissão foi dada pela Santa Sé para a Ordem Carmelita celebrar seu dia de festa litúrgica em 7 de novembro.




Continua