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O Rei-Mártir Luís XVI de França - I
O voto que o Rei Luís XVI fez na prisão
No ano de 1689, Santa Margarida Maria Alacoque disse ao Rei Luís XIV que Nosso Senhor lhe ordenara que consagrasse a França ao Seu Sagrado Coração. A consagração nunca foi feita e, 100 anos depois, a Revolução Francesa explodiu.
Em 1791, o Rei Luís XVI, enquanto vivia em prisão domiciliária no Palácio das Tulherias, fez a promessa solene de que realizaria esta Consagração caso fosse restaurado ao seu antigo poder. Ele fez isso sob a orientação do padre e confessor Eudista Abbé Hébert, que se recusou a prestar juramento à Constituição Civil do Clero.É interessante que ele também expresse a sua contrição pela sua tolerância e clemência em conceder liberdade aos revolucionários.
O Voto foi descoberto selado na parede da sala do Rei quando o Palácio estava sendo demolido quase um século depois, em 1871. Aqui estão as palavras do Voto solene do Rei, escritas e assinadas por sua mão.
“Bem vês, ó meu Deus, a grande tristeza que oprime meu coração, a dor que o fere e a profundidade do abismo em que fui lançado. Sou atacado por inúmeros males de todos os lados. À opressão da minha alma, as horríveis tragédias que se abateram sobre mim e sobre a minha família somam-se àquelas que cobrem toda a face do Reino.
Os gritos de todos os desafortunados, os gemidos de nossa religião oprimida ressoam em meus ouvidos, e uma voz interior me sugere que talvez Vossa justiça me responsabilize por todas essas calamidades porque, nos dias de meu poder, eu não reprimi a quem devia nas suas principais causas, que são a licenciosidade do povo e o espírito de irreligião, e porque servi as armas da heresia, agora triunfante, ao favorecer as leis que duplicaram as suas forças e lhe deram a audácia de tudo ousar.
Não terei a ousadia, ó meu Deus, de me justificar diante de Vós. Mas Vós sabeis que meu coração sempre esteve sujeito à Fé e à Moral. As minhas faltas são fruto da minha fraqueza e por isso parecem dignas da Vossa grande misericórdia.
Perdoaste o Rei David, que fez com que os Vossos inimigos blasfemassem contra Vós, e o Rei Manassés, que levou o seu povo à idolatria. Desarmado por sua penitência, Vós restauraste um e depois o outro no trono de Judá, e os fizeste reinar com paz e glória. Queres então ser hoje inexorável para com um filho de São Luís, que toma por modelo estes Reis penitentes e que, seguindo o seu exemplo, deseja reparar as suas faltas e tornar-se Rei segundo o Vosso Coração?
Ó Jesus Cristo! Divino Redentor de todas as nossas iniquidades, hoje venho encontrar alívio para minha alma em Vosso Adorável Coração. Invoco em meu auxílio o terno Coração de Maria, minha Augusta Protetora e Mãe, e a assistência de São Luís, meu advogado e o mais ilustre dos meus antepassados. Ó adorável Coração, abri-vos, pelas mãos puríssimas dos meus poderosos intercessores; recebei com bondade os desejos que a confiança me inspira e que vos ofereço como humilde expressão dos meus sentimentos caso eu, em consequência da infinita bondade de Deus, recupere a minha liberdade, a minha coroa e o meu poder real. Assim prometo solenemente:
1. Revogar de uma vez todas as leis que me forem indicadas, quer pelo Papa, quer por um Concílio, quer por quatro dos mais doutos e virtuosos Bispos do meu Reino, como sendo contrárias à pureza e a integridade da Fé, e contrária à disciplina e à jurisdição especial da Santa Igreja Católica e Apostólica Romana; e em particular revogar a Constituição Civil do Clero.
2. Tomar, no prazo de um ano, em união com o Papa e os Bispos do meu Reino, todas as medidas necessárias para estabelecer, de acordo com as formas canônicas, uma festa solene em honra do Sagrado Coração de Jesus, que será celebrada perpetuamente em toda a França na primeira sexta-feira após a oitava da Festa de Corpus Christ, e sempre seguida de procissão geral. Esta festa será celebrada em reparação pelos ultrajes e profanações perpetrados nas nossas santas igrejas pelos cismáticos, pelos hereges e pelos maus cristãos nestes tempos de tão grande turbulência.
3. Ir pessoalmente num domingo ou feriado, dentro de três meses a partir do dia da minha libertação, à Igreja de Notre Dame de Paris, ou a qualquer outra igreja principal do local onde estarei naquele momento, e pronunciar um solene Ato de Consagração da minha pessoa, da minha família e do meu Reino ao Sagrado Coração de Jesus. Isto farei diante do altar-mor depois do Ofertório da Missa e pelas mãos do sacerdote, prometendo dar a todos os meus súditos o exemplo do culto e da devoção que são devidas a esse Adorável Coração.
4. Erguer e adornar na igreja que eu escolher, no prazo de um ano após a minha libertação e às minhas próprias custas, uma capela ou um altar que será dedicado ao Sagrado Coração, que permanecerá como um monumento duradouro do meu reconhecimento e minha confiança ilimitada nos méritos infinitos e nos tesouros inesgotáveis de graça que este Coração Divino contém.
5. Por fim, renovar todos os anos, onde quer que eu esteja na Festa do Sagrado Coração, o Ato de Consagração constante do artigo terceiro, e participar na procissão geral que se seguirá à Missa deste dia.
Hoje não posso pronunciar este pacto senão em segredo, mas assiná-lo-ia com o meu próprio sangue se fosse necessário; e o dia mais lindo da minha vida será aquele em que poderei proclamá-lo em voz alta no Templo.
Ó Adorável Coração de meu Salvador, que minha mão direita seja murcha e amaldiçoada caso eu ignore Vossos benefícios e estas minhas promessas, e caso eu deixe de amar-Vos e de colocar toda minha confiança e conforto em Vós. Amém."
Luís XVI, Rei da França.
Em 1791, o Rei Luís XVI, enquanto vivia em prisão domiciliária no Palácio das Tulherias, fez a promessa solene de que realizaria esta Consagração caso fosse restaurado ao seu antigo poder. Ele fez isso sob a orientação do padre e confessor Eudista Abbé Hébert, que se recusou a prestar juramento à Constituição Civil do Clero.É interessante que ele também expresse a sua contrição pela sua tolerância e clemência em conceder liberdade aos revolucionários.
O Voto foi descoberto selado na parede da sala do Rei quando o Palácio estava sendo demolido quase um século depois, em 1871. Aqui estão as palavras do Voto solene do Rei, escritas e assinadas por sua mão.
O Rei escreveu seu voto enquanto estava em prisão domiciliar nas Tulherias
Os gritos de todos os desafortunados, os gemidos de nossa religião oprimida ressoam em meus ouvidos, e uma voz interior me sugere que talvez Vossa justiça me responsabilize por todas essas calamidades porque, nos dias de meu poder, eu não reprimi a quem devia nas suas principais causas, que são a licenciosidade do povo e o espírito de irreligião, e porque servi as armas da heresia, agora triunfante, ao favorecer as leis que duplicaram as suas forças e lhe deram a audácia de tudo ousar.
Não terei a ousadia, ó meu Deus, de me justificar diante de Vós. Mas Vós sabeis que meu coração sempre esteve sujeito à Fé e à Moral. As minhas faltas são fruto da minha fraqueza e por isso parecem dignas da Vossa grande misericórdia.
Perdoaste o Rei David, que fez com que os Vossos inimigos blasfemassem contra Vós, e o Rei Manassés, que levou o seu povo à idolatria. Desarmado por sua penitência, Vós restauraste um e depois o outro no trono de Judá, e os fizeste reinar com paz e glória. Queres então ser hoje inexorável para com um filho de São Luís, que toma por modelo estes Reis penitentes e que, seguindo o seu exemplo, deseja reparar as suas faltas e tornar-se Rei segundo o Vosso Coração?
Ele implorou a Deus em nome do Rei Davi por misericórdia e restauração ao trono
1. Revogar de uma vez todas as leis que me forem indicadas, quer pelo Papa, quer por um Concílio, quer por quatro dos mais doutos e virtuosos Bispos do meu Reino, como sendo contrárias à pureza e a integridade da Fé, e contrária à disciplina e à jurisdição especial da Santa Igreja Católica e Apostólica Romana; e em particular revogar a Constituição Civil do Clero.
2. Tomar, no prazo de um ano, em união com o Papa e os Bispos do meu Reino, todas as medidas necessárias para estabelecer, de acordo com as formas canônicas, uma festa solene em honra do Sagrado Coração de Jesus, que será celebrada perpetuamente em toda a França na primeira sexta-feira após a oitava da Festa de Corpus Christ, e sempre seguida de procissão geral. Esta festa será celebrada em reparação pelos ultrajes e profanações perpetrados nas nossas santas igrejas pelos cismáticos, pelos hereges e pelos maus cristãos nestes tempos de tão grande turbulência.
O Rei suportou nobremente a zombaria e o desprezo dos revolucionários
4. Erguer e adornar na igreja que eu escolher, no prazo de um ano após a minha libertação e às minhas próprias custas, uma capela ou um altar que será dedicado ao Sagrado Coração, que permanecerá como um monumento duradouro do meu reconhecimento e minha confiança ilimitada nos méritos infinitos e nos tesouros inesgotáveis de graça que este Coração Divino contém.
5. Por fim, renovar todos os anos, onde quer que eu esteja na Festa do Sagrado Coração, o Ato de Consagração constante do artigo terceiro, e participar na procissão geral que se seguirá à Missa deste dia.
Hoje não posso pronunciar este pacto senão em segredo, mas assiná-lo-ia com o meu próprio sangue se fosse necessário; e o dia mais lindo da minha vida será aquele em que poderei proclamá-lo em voz alta no Templo.
Ó Adorável Coração de meu Salvador, que minha mão direita seja murcha e amaldiçoada caso eu ignore Vossos benefícios e estas minhas promessas, e caso eu deixe de amar-Vos e de colocar toda minha confiança e conforto em Vós. Amém."
Luís XVI, Rei da França.
Uma promessa de consagrar a França ao Sagrado Coração
Postado em 23 de maio de 2025
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